quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Minha Primeira Funda - Bispo Paulo Junior

É aniversário do garoto Davi. Sabe o que ele ganhou de presente de seu pai? Uma funda. Se ele ficou feliz? Bem… até que é uma funda bonitinha. Pode-se fazer milhares de coisas com uma funda, não é mesmo? Ela serve para… é… serve para… jogar pedras. Isso, jogar pedras! Ok, talvez Davi não tenha gostado tanto assim daquela funda. Na realidade, ele queria mesmo uma espada. Por quê? Ora, ele sempre ouviu histórias em que os valentes triunfavam com suas espadas. Espada é coisa de guerreiro e, como Davi quer muito ser um, ele precisa de uma. No entanto, como aquela funda era um presente dado por seu amado pai, guardou com cuidado em uma gaveta de seu quarto. E por algum tempo aquela gaveta ficou fechada.
Davi cresceu um pouco mais, e certo dia, arrumando seu quarto, reencontrou o presente que seu pai havia lhe dado. Ficou um pouco constrangido. Seu pai havia lhe dado um presente com tanto amor e ele nem ao menos tentara fazer bom uso daquilo. A reação foi rápida, procurou uma “escola de fundas”, encontrou um bom professor e começou a estudar. Quando Davi teve sua primeira aula de funda, nem sonhava o quanto ela seria útil em sua vida. O professor lhe disse com uma enorme convicção: “você não imagina o que Deus pode fazer com sua funda”. Achou meio estranho aquilo, mas de alguma forma, aquela frase ficou guardada em seu coração.
Davi sempre comentava que a funda não tinha o brilho de uma espada. O professor lhe ensinava que o brilho não está no instrumento que utilizamos, mas sim no que fazemos com ele. O jovem dizia também que a espada era temida e impunha respeito. Seu mestre, contudo, com a funda nas mãos, argumentava que as maiores surpresas vêm de onde menos se espera. Aos poucos, foi gostando da idéia. Parou de olhar para a espada dos outros e começou a dar valor à sua funda. Depois de várias aulas, alguns alvos errados e muitos outros acertados, tornou-se um hábil atirador. Estava pronto para utilizar seu presente com distinta precisão. Mas,uma pergunta ecoava em sua mente: onde, afinal?
Israel no campo de batalha, Golias esbravejando insultos e propondo um desafio. Depois de uma entrega de queijo e respondidas algumas perguntas, lá estava Davi diante do rei, se oferecendo para enfrentar o gigante. Saul lhe ofereceu uma espada. Quantas noites ele havia sonhado com uma, e naquele momento o próprio rei lhe oferecia uma espada da corte. Mas, estranho, em seu coração sentia que a espada iria atrapalhá-lo. Muitos insistiam para que aceitasse, contudo, algo dentro de si lhe dizia que ele já era um guerreiro. O que define a grandeza de um herói não é a espada, mas sim sua ousadia e caráter. Uma voz diferente soprava em seus ouvidos: “naquela escola, eu já lhe ensinei tudo que você precisa para a luta de hoje”.
Davi girou a funda, lançou a pedra e viu Golias cair. Seus olhos brilharam, seu povo reviveu. Lembrou das palavras de seu mestre, o brilho está naquilo que fazemos com o que ganhamos. O importante era ver o quanto seu povo estava feliz com o resultado que aquela funda produziu. Os olhos dos guerreiros de Israel voltaram a brilhar porque um menino aprendeu a usar sua funda. Correu em direção ao gigante caído para confirmar sua vitória. E ao chegar perto do adversário, o que encontra? Sim, uma espada. Agora era a hora de utilizá-la.
Vejam só! O menino que não tinha ganhado espada de presente, recebe uma justamente na hora em que mais precisava! Hoje ele percebe que sua distinção na vida veio pela funda, e não pela espada. O golpe fatal com a espada era muito mais simples do que o golpe anterior com a funda. Agora ele nota que se tivesse se preocupado muito em ter uma espada, teria se dedicado pouco à funda. Suas lições de ontem se tornaram o triunfo de hoje.
Depois desse dia a criançada só queria ter aula de funda. E a escola em que Davi estudou? Lotou! Criaram até um slogan: “Escola de fundas – aqui se ensina a vencer gigantes”. Que alegria foi para Davi entender que, no fundo, o que ele queria mesmo não era nem espada nem funda, mas sim glorificar a Deus, lutar por seu povo e se tornar um herói da fé. Espada ou funda, quem escolhe o presente é o pai. A decisão que coube a Davi foi simplesmente o que fazer com aquilo que tinha ganhado.
E se lermos essa história novamente fazendo algumas substituições? Davi somos nós, o pai é Deus, a escola é a igreja. A funda representa o talento e os recursos que o Pai já colocou em nossas mãos. Se Deus te deu uma funda hoje, com certeza ele vai usá-la amanhã. Se ela só serve para atirar pedras? Bom, talvez até seja. Mas, quem disse que você precisa de mais do que isso para se tornar um grande guerreiro? Aquilo que Deus te deu hoje já é muito precioso. Aprenda a utilizar a funda que ganhou, e, se um dia precisar de espada, ela chegará na hora certa.

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